domingo, novembro 07, 2004

Tim Festival

É isso aí. Fui ver o show do Tim Stage no sábado: Picassos Falsos + PJ Harvey + Primal Scream. Digamos que eu estava lá 50% por causa da PJ e 50% por causa do Primal Scream, mas beleza.

A verdade é que, depois de algumas horas de espera em pé, antes do show começar, eu não via hora de que alguém aparecesse no palco (que estava a uns pouquíssimos metros, eu estava praticamente encostado com a grade) e tocasse alguma coisa.

Pois bem, entraram os Picassos e o show começou. Posso dizer que os caras tocam bem e tudo o mais, mas achei meio bizarras algumas das músicas e (sobretudo) letras, e também não fui com a cara do vocalista, que pareceu-me metidão demais.

Terminado o show deles, entra a PJ Harvey. Contraste total, pois a moça além de ser carisma puro, é também extremamente natural. Chega a dar a impressão de que um dia eu posso acabar entrando em um bar qualquer e encontrá-la e aí pagar umas bebidas para ela e trocar umas palavrinhas numa boa, sobre um assunto aleatório.

Mesmo assim, ela é a PJ, autora de umas músicas incríveis como 'Big Exit' ou 'Good Fortune', que ela cantou e fez todo mundo delirar. Foi totalmente incrível, foi intenso demais ver aquela mulher emocionada (ela disse que jamais havia visto uma platéia com tantos rostos sorridentes) e emocionante mostrando a que veio. A apresentação dela foi irretocável, simplesmente perfeita. O único problema é que acabou cedo demais.

Depois foi a vez do Primal Scream botar TUDO abaixo. O Bobby Gillespie entrou no palco TOTALMENTE louco, obviamente. E foi um show simplesmente absurdo. As guitarras, baixo e bateria foram responsáveis por uma PAREDE GORDONA DE SOM que fazia tudo vibrar, do dedão do pé até a orelha. Eu simplesmente perdi a noção em músicas como 'Accelerator' e 'Swastika Eyes'. Foi certamente o show em que eu mais pulei/dancei/whatever da minha vida. Saí de lá esgotado mas feliz.

terça-feira, novembro 02, 2004

Reflexões Insones

Estou sem sono (pra variar) e resolvi, portanto, escrever aqui algumas coisas que andei pensando sobre ela (sim!): a vida.

2004 até agora foi um ano brabo pra caramba, principalmente se levarmos em conta que faleceram uma série de pessoas cuja relevância para o mundo atual (ou, para o *meu* mundo, afinal sou eu quem está escrevendo aqui) é pelo menos bem grande: Henri Cartier-Bresson, John Peel, Ray Charles, Johnny Ramone, Marlon Brando, Fernando Sabino, Christopher Reeve, Richard Avedon...

E foi justamente uma frase do Richard Avedon que me marcou bastante, quando a li. Era algo assim: "... I know that the accident of my being a photographer has made my life possible."

Não só Avedon era um magnífico fotógrafo, que influenciou gerações, mas era também uma personalidade exuberante. Podemos dizer sem muita dúvida que pelo menos não lhe faltava coragem. Afinal, admitir assim tão diretamente, sem quaisquer misticismos ou floreios, que sua vida deve-se a um acidente, tem algo de heróico.

Investigando vulgar e velozmente os acontecimentos da minha vida até então, acho difícil ter uma opinião diferente dessa exposta pelo velho retratista. Claro, não se trata de acreditar em destino. Muito pelo contrário, viver é estar fazendo escolhas o tempo todo ("we'll draw a blueprint / it must be easy / it's just a matter / of knowing when to say no or yes..."). Mas sabe como é, acidentes acontecem. E muito. A ocupação máxima da vida, que ela desempenha com incansável furor, é surpreender os viventes.

Às vezes, o coelho nos é revelado em nossa própria cartola... Quantas vezes não percebemos aquele sentimento estrangeiro invadir-nos o coração, apenas para logo após nos desconcertarmos com o fato de que ele se originou de nossas próprias entranhas? Que controle temos sobre esse tipo de coisa? Sobre as paixões?

O que há de mais interessante é justamente a dificuldade que há em se admitir essas coisas, como fez o Avedon. Não sei se é porque esses sentimentos são sorrateiros, ou ainda porque temos uma necessidade de provar para nós mesmos que estamos o tempo todo no controle, mas muitas vezes estamos lá fazendo nossas escolhas de maneira a desprezar o novo (e muitas vezes difícil) caminho que tenha surgido. Sem falar na questão da segurança, já que muitas vezes a escolha está entre o certo e burocrático e o duvidoso e interessante.

É certo que essa natureza, a da vida, deprime facilmente alguns; mas a mim, ela dificilmente poderia ser mais motivadora.

A vida mata a pau. Ela vai derrubar seus preconceitos, todo o seu falso entendimento acumulado até agora, a sua bem cultivada erudição e conseqüente dureza, os seus livros, discos e filmes. Quando você menos espera.

terça-feira, outubro 26, 2004

Stuck Inside of Mobile with the Memphis Blues Again

Pois é.

Hoje comecei o dia me estressando profundamente, porque percebi que havia deixado minha chave em casa e tive de esperar uns 20 minutos pra poder entrar no LSC. Como se não bastasse, tive de sair de lá umas 21h, ao invés de ficar lá solitário até as quase 23h, como costumo fazer todas as terças.

Justamente por isso é que estou (preso) no IC-3 (o Horror -- agora que a entrada está do lado oposto, sequer posso ter o pequeno prazer de usar o banheiro feminino), e resolvi escrever esse post para reavivar um pouco o blog, que anda bem paradão.

Mas hoje foi um dia legal. A chuva não resolveu privar-me de todo e qualquer sucesso, como fez ontem, então consegui resolver algumas de minhas pendências e também almoçar num horário decente. Inclusive encontrei minha prima Vanina e seu namorado, lá no Carpe Diem. Aliás, faz um tempo terrível que estou devendo umas fotos (do Natal de 2003!) pra eles, e também estou devendo CDs para uns 105 amigos diferentes.

Também programei bastante em C hoje. É uma linguagem bastante média, que não causa muitos problemas para quem a usa, sobretudo se essa pessoa estiver usando os padrões corretamente. Bastante agradável de usar. É nessa linguagem que implementei, em pouco menos de uma hora, um compressor e um descompressor para o algorítmo LZ77. Sobre esse algorítmo, é incrível como muitas vezes as melhores idéias são as mais simples e elegantes. Pra quem não sabe, os programas do tipo PKZIP, WinZIP, gzip etc usam uma variante desse algorítmo para comprimir e descomprimir dados, o que reafirma sua importância.

Hoje também fiquei sabendo que a Matador Records está relançando em edição dupla de luxo o álbum 'Crooked Rain, Crooked Rain' do Pavement, meu favorito dessa banda. Tratamento semelhante já foi feito com o antecessor 'Slanted & Enchanted': a edição 'Luxe & Reduxe', que eu possuo, juntamente com a original. Enfim, o que isso significa é que serei obrigado a dar mais algumas doletas para a Amazon...

Mas a verdade é que o 'Crooked Rain' é um belo disco, simplesmente porque só possui faixas excelentes. Não tem como não ficar impressionado com a alquimia das canções, todas elas com o equilíbrio perfeito entre o pop e a experimentação. Quando isso acontece, temos clássicos instantâneos e é justamente o que melhor descreve esse disco: a vontade de 'pular' faixas nunca aparece enquanto ele toca, e o ouvinte reconhece essa qualidade toda logo na primeira audição. A familiaridade do pop aparece no ponto certo para que ele não desista de ouvir, e a estranheza dos momentos mais experimentais intriga-o a ponto de causar interesse, de querer investigar aquilo, de ouvir de novo. Mal passam algumas faixas e ele já está viciado.

Compor um álbum com essas características é claro sinal de maturidade para uma banda de rock. O 'Slanted & Enchanted', por exemplo, sempre é o álbum mais citado pela crítica exclusivamente porque ele é mais seminal, mais experimental. Mas é também mais cru, e tem umas pitadas reforçadas de Mark E. Smith aqui e acolá. Não deixa de ser fantástico e importantíssimo, mas na minha opinião 'Crooked Rain...' é um produto mais acabado, mais refinado, um marco de quando a banda havia se estabilizado, encontrado seu próprio som e sua própria personalidade. É portanto, o melhor álbum deles.

sexta-feira, outubro 08, 2004

Resultado...

Ontem só consegui fotografar à noite na UNICAMP, no percurso entre a FEM e o IC. A câmera Sony que eu havia levado comigo não é das mais indicadas para condições de pouca luz, mas se comportou bem, sendo que as limitações das fotos que eu tirei foram totalmente culpa do fotógrafo cansado e apressado.

Mesmo assim acho que consegui duas fotos razoáveis. Não são totalmente boas, mas têm algo de interessante porque foram feitas à noite.

Quem quiser conferir, pode ver na minha galeria da UNICAMP: são as fotos 20 (bosque da Engenharia Civil) e 21 (roda de samba na cantina das Cênicas).

quinta-feira, outubro 07, 2004

Camera obscura

Pois é...

Depois de um longo e torturante hiato na minha "carreira", comunico que hoje voltarei a fotografar.

Consegui espremer uma câmera na minha mochila (não sei como) e pretendo tirar algumas fotos hoje no campus da UNICAMP. Só não garanto que vão ser muitas, ou que vão ser boas.

A verdade é que até eu estou curioso com o que está por vir. Mantenham-se sintonizados neste canal para mais notícias!

quarta-feira, setembro 29, 2004

Think different

É fato que eu sempre me impressionei profundamente com a capacidade que os autores japoneses têm de realizar obras absolutamente criativas, com narrativas e enredos extremamente envolventes. Sempre acreditei que esse meu deslumbramento se justificava porque eles de fato são muito criativos mesmo, e realmente conseguem liberar por completo a imaginação, o subconsciente, e colher muito mais frutos dessa prática.

Só que nunca me dei conta que, na verdade, muitas das obras japonesas são assim interessantes porque justamente são criações de mentes que funcionam de maneira muito, mas muito diferente.

Uma das coisas mais enraizadas que há na cultura ocidental é a maneira de dissertar, de expor idéias, e também de contar histórias. Basicamente, nossa retórica e narrativa.

Justamente por isso que não é difícil ficar deslumbrado (ou sentir repulsa -- sei lá, deve acontecer) ao se deparar com o produto de uma personalidade desenvolvida à distância de todos esses moldes, impostos, por assim dizer, pela nossa cultura. Não há melhor exemplo de tal personalidade do que os japoneses.

Se analisarmos as fundações de nossa retórica clássica, não demora muito para que encontremos o seguinte modelo de etapas: introdução das idéias, personagens, ambiente etc, seguida de um desenvolvimento baseado em apresentar argumentos sólidos para justificar a opinião do autor, ou ainda, um conflito, que geralmente se baseia em experiências de ruptura com o cotidiano dos personagens, com o grande potencial de transformá-los e, finalmente, uma conclusão que reafirme a idéia principal ou, em uma narrativa, que represente um ponto de retorno do conflito, muito comumente apresentando quais mudanças esse conflito trouxe para os personagens.

É bastante raro encontrar, em obras ocidentais, uma total subversão desse modelo. Estranhamente, é como se houvessem até mesmo regras a ser seguidas para se fugir do modelo básico. Como nos muitos casos em que altera-se a conclusão de maneira a atingir um anti-clímax, ou ainda algum outro tipo de desfecho inesperado. Em narrativas muitas vezes é desrespeitada a sua ordem cronológica, o que é um recurso estilístico até interessante, mas muitas vezes excessivo e até supervalorizado nos dias de hoje, sobretudo quando acontece no cinema.

Outro ponto importantíssimo é o fato que os ocidentais tendem a ser extremamente individualistas, egocêntricos até. O foco está quase que totalmente no autor, relegando o leitor ou espectador a mero elemento passivo. Isto é, o autor impõe suas idéias como sendo mais corretas e valiosas do que aquelas que seu receptor possa ter, sem muita chance para discussão.

Percebe-se isso tudo com muita clareza inclusive no nível linguístico, e com nuances incríveis. Mesmo em uma situação corriqueira, um diálogo cotidiano, essas características aparecem de maneira inconfundível. Por exemplo, uma pessoa que goste de Spielberg poderia muito bem dizer a um amigo: "O último filme do Spielberg é bom. Veja-o." Esse tipo de discurso é extremamente típico em línguas ocidentais. Estamos sempre querendo saber que filme, disco ou livro "é bom", e por aí vai. Apesar de que, no plano racional, entendemos que aquela pessoa gostou do último filme de Spielberg, o fato é que ela está emitindo sua opinião como se fosse uma verdade universal, em detrimento de qualquer discordância que possamos ter.

Claro, nossa razão tem a capacidade de abstrair perfeitamente a real semântica da frase, mas a sua 'dureza' será de qualquer maneira captada pelo nosso lado subconsciente e também pelo emocional. É por isso que um comentário desse tipo poderia até mesmo magoar uma pessoa hipersensível, ou incitar uma resposta violenta de uma outra que tenha tendência para a discussão (e que também vai dizer o que o Spielberg "é" ou "não é").

Porém, se observássemos o mesmo diálogo acontecendo em japonês, o fã de Spielberg em questão tipicamente se expressaria aproximadamente da seguinte maneira: "O último filme de Spielberg me agradou bastante. Acredito que você iria gostar muito de vê-lo." Isto porque a própria cultura deles condicionou a língua de tal maneira que as expressões utilizadas para se emitir opiniões são totalmente distintas daquelas que visam comunicar fatos ou verdades estáticas, imutáveis. O discurso aqui empregado não dá total valor à opinião expressada, desprezando a do ouvinte, mas sim oferece uma sugestão amigável, sinalizando a possiblidade de que se tenha uma opinião semelhante.

Analogamente a isso, a retórica e a narrativa japonesas destacam-se por ser extremamente dependentes do leitor, espectador ou ouvinte, exigindo bastante que ele leia nas entrelinhas, interprete os fatos, ofereça opiniões. Não surpreendentemente, elas oferecem modelos básicos que divergem bastante do cânone introdução, desenvolvimento e conclusão.

Como um bom exemplo disso podemos citar o belo filme de Akira Kurosawa, Rashomon. Kurosawa era um sujeito muito esperto. Evidentemente, foi o cineasta japonês mais influenciado pela cultura ocidental, mas, em contrapartida, foi também o que mais influenciou o cinema ocidental também. Isso fica muito claro quando se vê Rashomon.

O filme dispõe-se a discutir a moral humana, mas não se principia introduzindo o tema explicitamente. O núcleo do filme é, segundo seus próprios personagens, "um acontecimento horrível", o assassinato do samurai Takehiro e o estupro de sua mulher Masako. O crime é então apresentado em várias versões completamente diferentes e contraditórias. Aí, uma mudança brusca acontece, quando fica implícito que um dos poucos personagens sérios pode estar contando uma mentira. O filme termina, então, mudando para um tom completamente oposto, sugerindo a idéia que nem tudo está perdido (impressão que se tem até os 4 últimos minutos).

Peço desculpas pela minha descrição extremamente vaga de Rashomon (mas os que ainda não o viram vão me agradecer por isso).

O fato é que a estrutura narrativa desse filme é bastante típica não só literatura japonesa e chinesa, mas também em sua prosa dissertativa, e é conhecida como kishoutenketsu, que significa vagamente 'apresentação, desenvolvimento, mudança e conclusão', mas esses termos têm significados completamente diferentes daqueles aplicados na retórica ocidental.

No kishoutenketsu, o ki é uma mera apresentação, e que raramente introduz o tema, mas serve apenas para familiarizar o espectador com o espírito, por assim dizer, da obra.

Já no desenvolvimento, shou, é que geralmente o tema é introduzido, e são apresentados diversos pontos de vista ou idéias sobre ele, sendo que possivelmente elas podem ser conflitantes.

A terceira parte, ten, caracteriza-se por uma mudança brusca no próprio tema ou no foco narrativo, de maneira que a relação entre o novo tema e o anteriormente apresentado possivelmente não é óbvia ou esperada.

Por fim, a conclusão nesse estilo, ketsu, apresenta uma nova mudança de foco com uma finalidade que não é conclusiva no sentido de reiterar uma idéia apresentada anteriormente, mas sim a de deixar uma idéia (talvez inédita) no ar. Em japonês, ketsu pode ter o significado de implicitude, sugestão.

Rashomon é um filme magnífico justamente porque, ao invés de impor preconceitos sobre a moral humana, visando a levar seu espectador a concordar com uma conclusão definitiva que lhe seja apresentada; faz justamente o contrário, extrai dele uma conclusão pessoal, às vezes escondida, e dificilmente definitiva. É possível ver o filme pela primeira vez e achá-lo negro e pessimista, e então, anos depois, revê-lo considerando-o um libelo humanista.

Enfim, você conseguiu ler esse post gigantesco até aqui e está (ou não) pensando por que diabos é que eu escrevi tudo isso. Coincidência ou não, eu também já não sei muito bem. Mas a verdade é que pensar de maneira diferente é sempre bom, é sadio. Isso significa, muitas vezes, acatar o pensamento do outro, pois é bem possível que ele não esteja errado. Mas também, tomar cuidado porque ele não está sempre certo. Nem você.

terça-feira, setembro 28, 2004

'Rapidinhas'

Energia Social Potencial. Sério, acredito nessa idéia. É mais ou menos o seguinte: à somatória de tudo aquilo (atitudes, acontecimentos, eventos etc) que é capaz de movimentar sua vida social (mas não necessariamente é garantia de fazê-lo) dá-se o nome de Energia Social Potencial ou ESP. Por que estou falando nisso? Simples, preciso aumentar minha ESP urgentemente. Meu cotidiano computeiro está drenando-me mais uma vez, e apagando as minhas perspectivas sociais (isto é, diminuindo minha ESP). Aliás, vejo justamente aí um interessante nicho: auto-ajuda para computeiros. Vou faturar os tubos com isso aí, afinal, como ninguém lê este blogue mesmo, não vai ter como roubar a minha genial idéia.


PRECISO FOTOGRAFAR! Isso é seríssimo. Estou há quatro dias sem bater uma mísera foto, e há mais de uma semana sem fazer uma que eu considerasse realmente decente. Quero sair por aí, pela rua, com a câmera e fotografar umas pessoas. Para fazer isso da maneira certa, é preciso chegar perto, como já bem dizia o Robert Capa; se envolver com elas realmente, o que é bastante complicado, difícil, pois a timidez toma conta nesses momentos. Justamente por esse motivo é que a prática faz-se essencial. Acredito também que são nessas situações que surgem as fotos mais especiais. Se eu tiver tempo, vou tentar fotografar amanhã.


LSC. Hoje foi o primeiro dia que passei trabalhando no LSC, o Laboratório de Sistemas de Computação do IC-UNICAMP. Preciso fazer isso mais vezes. O ambiente é bem legal, muito menos bagunçado do que os labs de graduação e pós do IC-3, que eu costumava usar, e o trabalho rendeu mais do que de costume.


Comentários. Outra coisa muito importante: alguns amigos tentaram postar comentários aqui mas não conseguiram. Esse problema já foi corrigido: o blog já está configurado para aceitar comentários de quem não possui registro no blogger.


Por enquanto é isso, pessoal!

sábado, setembro 25, 2004

Tempos modernos

Hoje eu estive pensando sobre as maravilhas que este início de século XXI me proporcionou, sobretudo as tecnológicas. Levando em conta que um dos períodos mais marcantes e decisivos da minha vida foi a minha adolescência, tentei imaginar como seria se eu a estivesse vivendo agora.

No meu tempo de adolescente (dos 12 aos 16 anos, diga-se), não existia esse negócio de internet. Pelo menos não como ela é hoje. Um adolescente típico de classe média-alta hoje em dia tem todas essas facilidades da vida online, como e-mail, ICQ, MSN, blog, fotolog... Até o próprio google com a sua capacidade mágica de organizar a rede, o conhecimento... Tudo isso me fez pensar se realmente minha vida adolescente não teria sido ainda melhor com os facilitadores sociais que são ICQ e MSN, ou com a capacidade de descobrir as peculiaridades sobre os animais das florestas setentrionais européias sem ter de recorrer a livros empoeirados e escondidos, ou ainda com o acesso extremamente facilitado a praticamente qualquer música que se faz por aí, ao invés de rezar diariamente para que aparecesse algum disco da Eleni Karaindrou naquele sebo obscuro. Enfim, essas coisas.

Tento ainda pensar como é que eu seria hoje, tendo passado por uma adolescência com acesso a todas essas facilidades. Será que o impacto disso, em toda essa molecada de hoje, é positivo ou negativo? Realmente não sei dizer.

No fim dessa história toda, só concluí uma coisa: algo que realmente lamento é não ter me interessado anteriormente por fotografia. Lembro até de uma excursão a Paraty em 1998. Fui com colegas de classe do Anglo de Indaiatuba e, durante a viagem, conheci a turma de Americana (composta quase que exclusivamente de meninas), que nos acompanharia durante toda a excursão. Chegando à cidade, fiquei impressionado com o quanto ela era diferente, e participei de toda sorte de coisas estranhas por lá, desde mergulho até uma visita ao mangue, para cumprimentar os caranguejos. Teve o luau também, simplesmente fantástico. Resumindo, foi uma viagem memorável, cheia de coisas e pessoas interessantes para fotografar. Eu estava com uma câmera o tempo todo, mas simplesmente não bati sequer uma foto, justamente porque não gostava de fotografia!

Foi necessário o advento da fotografia digital para que, em meados de setembro de 2003 (há praticamente um ano exato), eu me decidisse por comprar uma câmera. E aí começou o fascínio, não paro de fotografar desde então.

Só de pensar nas lindas fotos que eu poderia fazer se estivesse com Mariana, minha fiel câmera, lá em Paraty, chego a morrer de tristeza!

Ou não; talvez Mariana jamais visse a luz do dia.

sexta-feira, setembro 24, 2004

Blog?!?!?!?

Pois é, pessoas... Por mais estranho que lhes possa parecer, agora possuo um blog. Na verdade, isso é até justificável... Como blogs andam meio em baixa ultimamente (o modismo internético da vez são os fotologs e galerias semelhantes, nas quais é possível postar foteeeeenhas e comentar sobre a baladeeeeeeeeeenha do fim de semana passado), achei que agora seria um bom momento para criar um. Adoro coisas que estão saindo da moda.

Porém, o motivo mais forte para eu estar entrando no mundo 'novo' dos blogs foi justamente uma conversa que tive hoje à noite no ônibus, voltando pra casa. A fofinha da Ellen me perguntou se eu tinha um blog, e aí eu disse uma besteira pra ela: que não tinha blog porque mal agüento minhas próprias idéias e prefiro poupar as pessoas de ficar sabendo delas. Quer dizer, puro egoísmo da minha parte, pensei logo em seguida. Porque o fato é que realmente existe gente que se importa comigo, e gostaria de saber o que se passa na minha vida em um dado momento. O blog é uma maneira fácil de comunicar isso, está à disposição de quem tiver interesse.

Aliás, uma grande vantagem do blog é que você pode usá-lo para discorrer sobre assuntos que não mencionaria normalmente em uma simples conversa de botequim, ônibus, festa, almoço, jantar, aula, reunião etc. Como aquela análise detalhada sobre o disco que comprou semana passada (numa conversa normal eu me limitaria a dar um juízo mais simplista; dizer se é bom ou ruim apenas) e outros tipos de comentários que funcionam melhor através da língua escrita.

Como se não bastasse, gosto muito de escrever. Especialmente sobre coisas corriqueiras, do dia-a-dia, ou ainda, relatando o pensamento estranho da vez, ou alguma filosofia barata (como diz a descrição do blog) que tenha surgido na minha cabeça.

Para fechar esse primeiro post com chavão de ouro, resta dizer que quem me conhece vai entender na hora o porquê do nome do blog ('Cafeína na veia', olha lá em cima).

E, claro, os curiosos que quiserem ver minhas foteeeeeenhas podem navegar pela minha galeria, que está neste simples endereço.