sábado, setembro 25, 2004

Tempos modernos

Hoje eu estive pensando sobre as maravilhas que este início de século XXI me proporcionou, sobretudo as tecnológicas. Levando em conta que um dos períodos mais marcantes e decisivos da minha vida foi a minha adolescência, tentei imaginar como seria se eu a estivesse vivendo agora.

No meu tempo de adolescente (dos 12 aos 16 anos, diga-se), não existia esse negócio de internet. Pelo menos não como ela é hoje. Um adolescente típico de classe média-alta hoje em dia tem todas essas facilidades da vida online, como e-mail, ICQ, MSN, blog, fotolog... Até o próprio google com a sua capacidade mágica de organizar a rede, o conhecimento... Tudo isso me fez pensar se realmente minha vida adolescente não teria sido ainda melhor com os facilitadores sociais que são ICQ e MSN, ou com a capacidade de descobrir as peculiaridades sobre os animais das florestas setentrionais européias sem ter de recorrer a livros empoeirados e escondidos, ou ainda com o acesso extremamente facilitado a praticamente qualquer música que se faz por aí, ao invés de rezar diariamente para que aparecesse algum disco da Eleni Karaindrou naquele sebo obscuro. Enfim, essas coisas.

Tento ainda pensar como é que eu seria hoje, tendo passado por uma adolescência com acesso a todas essas facilidades. Será que o impacto disso, em toda essa molecada de hoje, é positivo ou negativo? Realmente não sei dizer.

No fim dessa história toda, só concluí uma coisa: algo que realmente lamento é não ter me interessado anteriormente por fotografia. Lembro até de uma excursão a Paraty em 1998. Fui com colegas de classe do Anglo de Indaiatuba e, durante a viagem, conheci a turma de Americana (composta quase que exclusivamente de meninas), que nos acompanharia durante toda a excursão. Chegando à cidade, fiquei impressionado com o quanto ela era diferente, e participei de toda sorte de coisas estranhas por lá, desde mergulho até uma visita ao mangue, para cumprimentar os caranguejos. Teve o luau também, simplesmente fantástico. Resumindo, foi uma viagem memorável, cheia de coisas e pessoas interessantes para fotografar. Eu estava com uma câmera o tempo todo, mas simplesmente não bati sequer uma foto, justamente porque não gostava de fotografia!

Foi necessário o advento da fotografia digital para que, em meados de setembro de 2003 (há praticamente um ano exato), eu me decidisse por comprar uma câmera. E aí começou o fascínio, não paro de fotografar desde então.

Só de pensar nas lindas fotos que eu poderia fazer se estivesse com Mariana, minha fiel câmera, lá em Paraty, chego a morrer de tristeza!

Ou não; talvez Mariana jamais visse a luz do dia.

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