sexta-feira, setembro 30, 2005

Panquerroque

Depois de ter assistido, ontem, à opera Don Giovanni, em Campinas, resolvi pesquisar um pouquinho mais e descobri algumas coisas bizarras. Uma delas é essa música do Rancid em homenagem ao bom 'Dongio'. Comé que pode?

quinta-feira, setembro 22, 2005

Desarmamento

Bom, pessoal: em primeiro lugar, tenho praticamente certeza que o desarmamento seria uma medida que traria, na melhor das hipóteses, um benefício insignificante.

Digo isto porque as únicas mortes capazes de ser evitadas pelo desarmamento seriam apenas aquelas causadas por acidentes com a arma de um portador, por legítima defesa de um portador de arma, ou ainda aquelas cometidas por criminosos portadores de arma.

Ora, verificando-se as estatísticas, é fácil perceber que tais mortes compõem uma porcentagem ínfima daquelas causadas por arma de fogo, principalmente porque criminosos não são (legalmente) portadores de arma. Se levarmos em conta que a implantação de uma medida como o desarmamento custa caro, veremos que trata-se de um típico caso de mau uso do dinheiro público, que poderia ser melhor investido, em medidas mais capazes de reduzir a mortalidade.

Porém, se analisarmos mais friamente, podemos perceber que o desarmamento potencialmente trará um impacto negativo, visto que desarmará cidadãos aptos a se defender. Prefiro acreditar que esse impacto negativo será pequeno.

Dessa forma, volto-me à questão do referendo: por que diabos a opinião do povo está sendo consultada quanto a essa questão, sendo que há, sem dúvida, outras mais importantes, cujas decisões podem trazer impactos muito maiores sobre a população? Como se não bastasse, os gastos para a realização deste referendo serão e já estão sendo altíssimos, da ordem de centenas de milhões de reais, o que é totalmente inaceitável dado a sua limitadíssima importância.

O fato é que somos todos vítimas de um ardiloso complô. Retomemos as estatísticas: elas nos apontam que o número de mortes por armas de fogo tem caído constantemente nos últimos tempos, e a tendência é que continue a diminuir.

Pois bem, se realmente o povo votar a favor do desarmamento, estará fazendo o jogo do governo: este posteriormente se utilizará das estatísticas citadas acima para mostrar ao povo o quanto o desarmamento foi uma boa medida (apesar de esses resultados não terem sido causados por ela), elevando dessa forma a sua já tão abalada credibilidade.

Finalmente, o referendo se encaixa em toda essa armação por ser justamente uma forma eficientíssima de passar adiante a responsabilidade pelo desarmamento, livrando o governo de críticas (já que a decisão terá sido tomada pelo próprio povo) e dificultando a percepção da tramóia toda.

Portanto votem contra o desarmamento. Mas com a consciência de que já perdemos, de qualquer modo, porque a dinheirama toda gasta até agora não será recuperada.

domingo, setembro 18, 2005

Estranho

Stranger Song
(Leonard Cohen)

It's true that all the men you knew were dealers
who said they were through with dealing
every time you gave them shelter
I know that kind of man
It's hard to hold the hand of anyone
who's reaching for the sky just to surrender,
who's reaching for the sky just to surrender.

And then sweeping up the jokers that he left behind
you find he did not leave you very much
not even laughter
Like any dealer he was watching for the card
that is so high and wild
he'll never need to deal another
He was just some Joseph looking for a manger
He was just some Joseph looking for a manger

And then leaning on your window sill
he'll say one day you caused his will
to weaken with your love and warmth and shelter
And then taking from his wallet
an old schedule of trains, he'll say
I told you when I came I was a stranger
I told you when I came I was a stranger.

But now another stranger seems
to want you to ignore his dreams
as though they were the burden of some other
Oh you've seen that man before
his golden arm dispatching cards
but now it's rusted from the elbows to the finger
And he wants to trade the game he plays for shelter
Yes he wants to trade the game he knows for shelter.

Ah you hate to see another tired man
lay down his hand
like he was giving up the holy game of poker
And while he talks his dreams to sleep
you notice there's a highway
that's curling up like smoke above his shoulder
It is curling just like smoke above his shoulder.

You tell him to come in sit down
but something makes you turn around
The door is open you can't close your shelter
You try the handle of the road
It opens, do not be afraid
It's you my love, you who are the stranger
It's you my love, you who are the stranger.

Well, I've been waiting, I was sure
we'd meet between the trains we're waiting for
I think it's time to board another
Please understand, I never had a secret chart
to get me to the heart of this
or any other matter
When he talks like this
you don't know what he's after
When he speaks like this
you don't know what he's after.

Let's meet tomorrow if you choose
upon the shore, beneath the bridge
that they are building on some endless river
Then he leaves the platform
for the sleeping car that's warm
You realize, he's advertising one more shelter
And it comes to you, he never was a stranger
And you say ok, the bridge or someplace later.